Por Laja Zylberman e Alexandre Pinhel
O Tarô, com suas origens na Europa renascentista, sempre foi um objeto de fascinação e mistério. Cada carta é uma obra de arte rica em simbolismo, desenhada com atenção meticulosa aos detalhes que evocam significados profundos e universais. A iconografia do Tarô, com suas figuras arquetípicas e paisagens evocativas, captura a imaginação com sua beleza visual e potencial de interpretação.
No Luxo essa estética encontra terreno fértil. Um colar que evoca a Sacerdotisa ou a Imperatriz não é apenas um item de moda; é um amuleto moderno que empodera o usuário com os predicados do Arcano. Essa narrativa adiciona um valor intangível ao produto e ressoa com os consumidores que procuram mais do que beleza exterior, buscam um sentido de propósito e identidade.
Por outro lado, a modernidade permite que artistas contemporâneos reimaginem o Tarô através da tecnologia e inovação. Esse é o caso de Alexandre Pinhel (foto), por exemplo, que criou Arcanos com apoio de Inteligência Artificial. Esses desenvolvimentos mostram como o Tarô, um sistema de símbolos que perdura há séculos, continua a se reinventar, mantendo-se relevante em um mundo em constante mudança.
Outro viés interessante de ser examinado é o psicanalítico, onde desejos inconscientes e fantasias reprimidas se manifestam e são comercializados. O Tarô, com suas imagens arquetípicas e simbologia profunda, oferece uma janela para a alma. Cada carta é um espelho para os desejos, medos e conflitos internos da psique humana. O Louco, a Morte ou a Força personificam aspectos da mente, permitindo que esses conteúdos venham à tona em um formato aceitável e interpretável. Ao buscar respostas nas cartas, os indivíduos não estão apenas tentando prever o futuro, mas buscando uma compreensão e integração de suas partes fragmentadas.
Já o Luxo explora desejos profundamente enraizados na psique humana: o anseio por status, poder e reconhecimento. O Luxo não é apenas uma questão de posse material, mas uma expressão dos desejos inconscientes por superioridade e aceitação.
O Luxo não é apenas uma questão de posse material, mas uma expressão dos desejos inconscientes por superioridade e aceitação.
Laja Zylberman
Enfim, o Tarô permite a conexão com os aspectos mais profundos e universais da psique, enquanto o Luxo ajuda a expressar e afirmar essa identidade no mundo social. Juntos, ajudam o indivíduo a navegar os desafios da vida com uma compreensão mais profunda de si mesmos e de seu lugar no universo.
Rio de Janeiro, 2024
Laja Zylberman – sarajoias.com.br
Alexandre Pinhel – alexandrepinhel.com