Por Marcos Paulo Candeloro
Reagrupamento Nacional Francês Vê Alianças Ameaçarem Sonho da Maioria Absoluta no Parlamento
O Reagrupamento Nacional (RN), partido de direita nacionalista liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, está enfrentando um revés em suas aspirações de formar maioria absoluta no Parlamento pela primeira vez na história, após o anúncio de uma possível aliança entre a esquerda e a centro-direita.
A líder do RN, Marine Le Pen, criticou a formação dessa grande coalizão, rotulando-a como um esforço para “preservar o poder contra a vontade do povo” e realizar “o sonho de Macron em unir forças das duas alas políticas” que, até então, eram rivais.
O presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu essa possibilidade durante uma reunião do Conselho de Ministros na última quarta-feira (3), após a renúncia em massa de quase 220 candidatos da esquerda e do bloco macronista para evitar a vitória por maioria absoluta do Reagrupamento Nacional (RN) e seus aliados conservadores.
O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, aliado de Macron, também se pronunciou sobre essa questão, afirmando que as desistências dos candidatos podem ser cruciais para impedir uma maioria absoluta da extrema-direita. Attal ressaltou a importância de reduzir o número de distritos nos quais o voto contrário ao RN poderia se dispersar.
A estratégia eleitoral adotada pelos aliados de Macron agora é crucial para determinar os resultados. Há incertezas sobre como os eleitores que tradicionalmente ocupam uma posição mais central no espectro político irão se posicionar diante da possível aliança entre a esquerda e a centro-direita. Além disso, a lealdade dos eleitores de esquerda em relação a Macron e seus correligionários também é uma incógnita.
Com 577 distritos eleitorais em jogo na Assembleia Nacional Francesa, o RN precisa conquistar 289 assentos para alcançar a almejada maioria absoluta. O primeiro turno das eleições, realizado em 30 de junho, destacou a ascensão dos nacionalistas do RN, contando com o apoio de seus adeptos e aliados conservadores.
O desenrolar dessas alianças e estratégias eleitorais promete agitar o cenário político francês, enquanto o país se prepara para definir a composição de seu Parlamento e o rumo de sua política nos próximos anos.