Por Marcos Paulo Candeloro
Que espetáculo, caro leitor! Se você achava que a realidade política no Brasil não podia ficar mais surreal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ilustres ministros decidiram provar o contrário. Primeiro, o ministro Luiz Fux, em um lampejo de brilhantismo, lembrou ao país que juízes não devem governar. Imagine só! O Brasil, governado por juízes… quanta audácia. Logo depois, o ministro Edson Fachin, certamente com um tom solene, disse que o STF deve se comportar com compostura. Sem dúvida, momentos inesquecíveis no teatro da jurisprudência nacional.
Antes dessa avalanche de bom senso, a impressa, sempre imparcial e comedida, que aplaudia cada movimento do STF como uma ode à democracia, começou a mudar de tom. Foram passando da adulação à crítica mordaz, inicialmente denunciando excessos, depois escancarando violações gritantes à lei. Que reviravolta digna de um roteiro de TV!
Claro, Fux e Fachin preferiram o discurso sutil, sem mencionar nomes – mas quem não saberia de quem estavam falando? Do Comitê Central da Suprema Corte, liderado pelo incansável Alexandre de Moraes, com o apoio entusiástico de Gilmar Mendes, Flávio Dino, Luís Barroso e Dias Toffoli, nosso notável coadjuvante. Por mais que tentem disfarçar, o entrosamento já não é como antes. Seria apenas um arrufo passageiro, ou estariam nos brindando com um drama épico? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: o Brasil agradece qualquer alívio.
O ponto alto desse espetáculo, sem dúvida, é a recusa categórica dos ministros em admitir qualquer erro. Eles, nobres defensores da justiça, preferem brandir condenações furiosas contra qualquer crítica. Segundo eles, críticas só podem vir de extremistas de direita ou fascistas malignos que conspiram contra a democracia. E se você tiver sorte, ainda pode ser rotulado como “idiota” ou “mané”. Cada vez mais o Supremo dá sinais de que, no seu mundo, discordar é atacar a democracia. E ponto final.
Ah, mas o melhor está por vir. Na sua última apresentação, o ministro Moraes declarou que o STF, puro e ético como é, não precisa de um código de ética! Quanto realismo! E para aumentar nossa diversão, afirmou que a anistia dos presos políticos de 8 de janeiro é impossível. Por quê? Porque a “Constituição” assim dita – e é, claro, o Supremo que a interpreta.
Enquanto isso, o ministro Toffoli passeia com guarda-costas em Londres, tudo na faixa do contribuinte, enquanto o STF busca se enterrar cada vez mais no fabuloso “Gilmarpalooza” em Portugal. Mais de 1,3 milhões do suado dinheiro público já foram torrados para financiar esta quermesse que une ministros, empresários encrencados e a elite do governo Lula. Um evento crucial, pelo visto, para a tão defendida democracia!
E no meio de tudo isso, temos a ministra da “Igualdade Racial” desfilando em Lisboa com quatro assessoras, provando que a inclusão e a diversidade são tão importantes que merecem ser celebradas até nos eventos mais exclusivos da elite branca europeia. É, meu caro leitor, o STF provou que a realidade é mais engraçada e absurda do que qualquer ficção. E nós, que pagamos por este teatro, apenas assistimos de camarote.