Em meio a críticas e pressões, a recente reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal destacou o clima tenso em torno da política externa brasileira. O foco das discussões foi o silêncio do governo Lula (PT) diante das alegações de fraude eleitoral pelo regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
O presidente da comissão, conhecido por seu posicionamento governista, surpreendeu ao propor um “esboço de acordo” para suavizar a situação: transformar as convocações obrigatórias dos diplomatas em convites formais. Tal ação veio após a notícia de que o ministro das Relações Exteriores estaria em uma viagem de duas semanas sem agenda clara.
Esse gesto não apaziguou as críticas. O presidente da CRE preferiu contatar Mauro Vieira diretamente por telefone, ao invés de exigir formalmente uma explicação sobre a ausência. A ação foi vista por alguns críticos como sinal de conivência.
Analistas apontam que a evasiva do chanceler pode ter motivações internas; quem realmente dita as diretrizes da política externa seria, na prática, Celso Amorim, apontado como influente conselheiro. Espera-se que Amorim compareça ao Senado no próximo dia 15 para esclarecer a posição do Brasil.A situação destaca a complexidade e os desafios da diplomacia brasileira em um cenário internacional cada vez mais polarizado.