Na última reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto de seu assessor especial Celso Amorim, levantou a proposta de um “segundo turno” nas eleições na Venezuela, visando dar uma nova oportunidade ao regime do ditador Nicolás Maduro. A informação foi divulgada em uma reportagem do jornal Valor nesta terça-feira, 13 de agosto.
Celso Amorim confirmou a ideia ao veículo, ressaltando que a proposta não é inédita e tem sido discutida desde o início da crise política no país. Para os críticos, essa nova eleição poderia simplesmente proporcionar a Maduro uma chance de repetir fraudes de forma mais eficaz, evitando questionamentos futuros.
A eleição do dia 28 de julho revelou-se um erro estratégico para Maduro. Eleitores votaram em massa em urnas auditadas, gerando atas com resultados que contradizem os números oficialmente divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O candidato opositor Edmundo González Urrutia foi o verdadeiro vencedor, de acordo com as provas em mãos de milhares de venezuelanos e disponíveis em um site na internet.
Uma nova eleição poderia permitir que Maduro ajustasse os procedimentos e se declarasse vencedor sem contestações, enquanto Lula e Amorim poderiam se eximir de responsabilidades. O apoio do presidente brasileiro e de seu assessor ao regime de Maduro, mesmo diante de denúncias sólidas de fraude eleitoral, tem gerado desconforto tanto no Brasil quanto no exterior.
Entretanto, ao invés de buscar soluções alternativas, Lula e Amorim poderiam simplesmente validar os resultados apresentados pela oposição, baseando-se nas atas que comprovam a vontade popular. A vontade do povo venezuelano já foi manifestada nas urnas, e se Lula e Amorim realmente se posicionam como defensores da democracia, deveriam priorizar a soberania popular.A verdadeira motivação por trás dessa proposta parece estar enraizada em vínculos ideológicos e outros interesses, levantando sérias dúvidas sobre a autenticidade de sua defesa democrática.