Por Marcos Paulo Canderolo
Em uma virada digna de uma trama sarcástica no cenário político brasileiro, Rodrigo Pacheco, o distinto presidente do Congresso Nacional, vem flertando descaradamente com pautas que oscilam mais à direita do espectro político. Parece que a jogada não é só acenar para a torcida, mas possivelmente vestir a camisa de governador de Minas em 2026, com um séquito de empresários e prefeitos mineiros torcendo fervorosamente para que isso aconteça. Pacheco, sempre diplomático, não confirma mas também não descarta as especulações.
Enquanto isso, o bom cidadão brasileiro já vem acompanho essa dança das cadeiras faz um tempinho, observando Pacheco agarrar algumas pautas da direita com o carinho de um pai que escolhe o nome do primogênito. Entre seus afagos legislativos, encontram-se projetos para afrouxar a posse de armas e reduzir a maioridade penal para 14 anos. Ah, a juventude!
Mas calma, tem mais no caldeirão político. O que poucos sabem é o verdadeiro motivo pelo qual o Senado tem se transformado num palco cada vez mais aberto para os performances da ala conservadora, e a chave desse mistério está diretamente ligada ao governo Lula e seus aliados de esquerda no Congresso.
A derrota de Jair Bolsonaro trouxe um silêncio ensurdecedor para os legisladores de direita, que pareciam crianças perdidas em um supermercado. No entanto, graças à ex-presidente do Supremo, Rosa Weber, que, almejando deixar seu autógrafo na história pós-pandemia, decidiu colocar em pauta temas progressistas – vejam só a audácia! – a direita enxergou uma luz no fim do túnel.
De repente, a direita se organizou, formando um bloco de cerca de 25 senadores, armados até os dentes com pautas que fazem tremer os progressistas: contra as drogas, o aborto, clamando por mais armas, segurança, agrotóxicos, mais prisões e, claro, censura nas escolas. Os bons e velhos costumes estão de volta, dando um banho nos projetos econômicos e sociais, que, francamente, quem se importa, não é mesmo?
As manhãs de quinta-feira no Senado se transformaram no palco dos sonhos para a oposição. Se você der uma espiada nas reuniões de líderes, juraria que só há oposição na sala. É ali que se decide a pauta do Plenário, e, enquanto o governo parece estar no modo soneca, sem projetos atraentes ou consensuais, a oposição marca presença, sempre pronta para defender sua agenda conservadora.
E nessa calorosa partida de futebol político, a oposição corre livre, leve e solta pelo campo, com projetos que avançam a uma velocidade que faria qualquer jogador de futebol americano chorar de inveja. Pacheco, com seus impressionantes 1,96 metros, até tenta defender o gol, mas cedo ou tarde, a bola acaba entrando.
Com o governo muitas vezes assistindo da arquibancada, sem dar uma direção clara, a direita marca um gol atrás do outro. O jogo, senhoras e senhores, está a todo vapor. Será que alguém passará a bola para o time do governo, ou essa será uma partida decidida nos acréscimos pelo time da oposição? Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: no futebol da política brasileira, o sarcasmo é o nome do jogo.