Nesta quinta-feira, 22 de agosto, a vice-presidente Kamala Harris aceitou oficialmente a nomeação do Partido Democrata como candidata à presidência dos Estados Unidos na eleição de 2024. Este foi seu primeiro discurso importante desde que substituiu Joe Biden na corrida. Durante a convenção, Harris destacou a política externa como uma área onde planeja se diferenciar de seu oponente republicano, Donald Trump. Ela criticou veementemente as alianças de Trump com líderes autoritários e prometeu uma abordagem firme e ética em questões internacionais.
Em seu pronunciamento, Harris não hesitou em atacar a postura de Donald Trump frente a líderes como Kim Jong Un. “Eu jamais vou me aconchegar a tiranos e ditadores que estão torcendo por Trump, porque sabem que ele pode ser facilmente manipulado com bajulação e favores”, declarou. Esse posicionamento marca a intenção da candidata de reforçar a imagem dos democratas como defensores dos direitos humanos globais e da democracia.
Cerca de um mês atrás, Trump também marcou presença na convenção do Partido Republicano, onde deu destaque às questões internacionais. No evento, ele prometeu “encerrar cada crise internacional que o governo atual criou”, referindo-se especialmente às tensões na Ucrânia e no Oriente Médio. A retórica de Trump evoca uma crença em sua habilidade de negociar a paz mundial, criticando o que ele considera falhas da administração de Biden.
A política externa tem sido um campo de diferenças sutis, porém significativas, entre as plataformas democratas e republicanas há muitos anos. A expressão “nação indispensável”, utilizada por Bill Clinton, descreveu o papel dos Estados Unidos em um mundo unipolar pós-Guerra Fria. Porém, desde as exaustivas guerras no Oriente Médio, surgiu um consenso por restrições, mesmo sem abandonar completamente o protagonismo global.
As abordagens de Harris e Trump a questões internacionais não são só de interesse acadêmico. Com a tensão em regiões como Gaza e Ucrânia, os olhares internacionais se voltam para como cada candidato pretende manobrar situações complexas de geopolítica. Harris sinaliza continuidade nas alianças tradicionais, enquanto Trump propõe um realinhamento drástico e assertivo, prometendo alterar tarifas comerciais que podem impactar potências como China e parceiros comerciais como o Brasil. O resultado das eleições pode redefinir o papel dos Estados Unidos em um mundo cada vez mais multipolar.