Em resposta a um recente relatório das Nações Unidas, o governo de Israel contestou as alegações de que seis incidentes envolvendo as Forças de Defesa Israelenses (FDI) na Faixa de Gaza poderiam ter violado a lei internacional de guerra. Essas alegações, baseadas em um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, foram feitas após a invasão do território pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
Israel afirmou que o relatório da ONU contém várias imperfeições, principalmente na compreensão das circunstâncias em torno do ataque a Jabalia, um campo de refugiados, em 31 de outubro. Segundo o relatório da ONU, a ação das FDI teria sido desproporcional. Em contraste, Israel defendeu a operação alegando que o objetivo não era apenas eliminar Ibrahim Biari, um comandante de alto escalão do Hamas, mas também vários outros membros do grupo e sua infraestrutura terrorista, gerando uma “vantagem militar significativa”.
“Quando vários alvos militares são atingidos simultaneamente, a avaliação da proporcionalidade deve considerar não apenas a vantagem militar de cada alvo individual, mas também a vantagem militar do ataque como um todo”, afirmou a resposta oficial israelense. A eliminação de um comandante com seus subordinados e infraestrutura militar, segundo as FDI, visava enfraquecer significativamente as capacidades operacionais do Hamas na área.
O uso de munições aéreas também foi defendido por Israel, que argumentou que, em alguns casos, essas munições são “o único tipo de arma capaz de atingir o objetivo militar”.
Além disso, Israel criticou a metodologia utilizada pelo Alto Comissariado, que aparentemente confiou em “supostos resultados e cobertura da mídia”. Israel destacou que as listas de vítimas supostamente inocentes, fornecidas pelo Ministério da Saúde do Hamas, incluíam membros da Jihad Islâmica e do próprio Hamas, sem distinção clara entre civis e combatentes. A nota israelense mencionou que algumas dessas listas, como a publicada pelo Hamas em 30 de abril, incorretamente classificavam menores de idade terroristas verificados como crianças e civis, além de misturar soldados com identidades falsas atribuídas a mulheres.
Por fim, a resposta de Israel incluiu críticas às listas de vítimas, apontando que algumas das mortes foram causadas por falhas operacionais do próprio Hamas, como disparos mal-sucedidos e explosões acidentais de minas terrestres, e até mesmo incluíam mortes não relacionadas ao conflito.
As alegações levantadas pelo relatório da ONU e a defesa enfática de Israel refletem a complexidade e a tensão contínua no uso da força na Faixa de Gaza. Esta interação destaca a importância de uma análise completa e cuidadosa dos eventos em zonas de conflito para garantir que as avaliações internas e internacionais sejam precisas e justas.