A comunidade de inteligência israelense atualizou sua avaliação, indicando que o Irã está prestes a atacar Israel diretamente em retaliação pelo assassinato do líder político do Hamas em Teerã. Segundo duas fontes informadas sobre o assunto, o ataque é esperado para os próximos dias. Essa nova avaliação sugere que a agressão iraniana pode ocorrer antes das negociações planejadas para quinta-feira sobre um acordo de cessar-fogo e liberação de reféns em Gaza, potencialmente comprometendo as conversas no que autoridades israelenses descreveram como um momento de “tudo ou nada” para um potencial acordo entre Israel e Hamas. No entanto, uma das fontes destacou que a situação ainda é “instável”.
A avaliação, elaborada nas últimas 24 horas, representa uma mudança na perspectiva anterior. Na última semana, a inteligência israelense acreditava que o Irã ainda não havia decidido sobre o momento e a natureza de sua resposta, e que pressões internacionais e debates internos poderiam levar o Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, a adiar, conter ou minimizar a retaliação contra Israel. Em comunicado, a missão iraniana na ONU afirmou na sexta-feira que “esperamos que nossa resposta seja cronometrada e conduzida de forma a não prejudicar o potencial cessar-fogo”. Porém, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse ao Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que as preparações militares iranianas sugerem um grande ataque em preparação.
Esta semana crucial definirá se a região mergulhará ainda mais em uma crise ou se haverá um significativo desvio de curso pela primeira vez desde 7 de outubro. No domingo, os esforços diplomáticos dos EUA sofreram um revés significativo quando o Hamas rejeitou a proposta de última rodada de negociações mediada pelos EUA, Qatar e Egito. A inteligência israelense ainda acredita que o Hezbollah pode atacar primeiro, em retaliação pela morte de seu comandante militar em Beirute, seguido por um ataque direto do Irã. Espera-se que esses ataques sejam maiores do que o conduzido pelo Irã em abril passado, envolvendo o lançamento de mísseis e drones em alvos militares em Israel. Yoav Gallant mencionou essa possibilidade durante uma visita a uma unidade das Forças de Defesa de Israel, afirmando que Irã e Hezbollah “ameaçam nos ferir de uma forma que não fizeram antes”.
Embora ainda haja um debate interno no Irã sobre a natureza da resposta, o Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos pressiona por uma ação mais severa e ampla do que o ataque de 13 de abril, apesar de o novo presidente iraniano e seus conselheiros acreditarem que uma escalada regional agora não beneficiaria os interesses do Irã. O porta-voz das IDF, Contra-Almirante Daniel Hagari, afirmou que, no momento, não há mudanças nas diretrizes do Comando da Frente Interna para os cidadãos israelenses.