Kitty Tavares de Melo
Com a reeleição de Donald J. Trump à presidência dos EUA, Elon Musk se destaca como um dos empresários mais envolvidos no apoio a sua campanha. Doações de quase US$ 119 milhões e presença em eventos de apoio solidificam a aliança entre Musk e o presidente, promovendo uma era de oportunidades e desafios para Tesla, SpaceX e X (antigo Twitter). Embora os benefícios para Tesla sejam evidentes, riscos também se apresentam, especialmente no cenário de relações internacionais e políticas ambientais.
Aposta em Tesla e Produção Nacional
Uma vitória do Presidente Trump representa uma virada estratégica para Elon Musk e Tesla, que ganharam um impulso significativo nas ações. Após o anúncio da vitória, as ações da Tesla subiram 13%, aumentando em mais de US$ 15 bilhões o valor do patrimônio de Musk. A mudança de foco para a produção interna é um ponto que beneficia Musk e Tesla, já que ele anunciou que a nova Gigafactory não será construída no México, como planejado, mas sim em solo americano. Esse movimento reforça o compromisso de Musk em ajudar os EUA a se tornarem mais autossuficientes, contrastando com a visão de figuras como George Soros, que foi historicamente associado a movimentações financeiras para benefício próprio, como a quebra do Banco da Inglaterra.
Autonomia na Produção de Veículos Elétricos
Para Musk, o corte de subsídios federais para veículos elétricos, algo provável em um governo Trump, pode até beneficiar a Tesla. Segundo ele, a remoção de incentivos fiscais de US$ 7.500 atrapalha mais do que ajuda a Tesla, ao facilitar a entrada de concorrentes no mercado de veículos elétricos. “Remover os subsídios só ajudará a Tesla,” declarou Musk. Esse posicionamento reflete a confiança de Musk na capacidade da Tesla de prosperar independentemente de incentivos governamentais, diferenciando-a de montadoras tradicionais que ainda dependem de subsídios para se manterem competitivas.
Riscos nas Relações com a China
Um possível novo embate comercial com a China representa uma ameaça significativa para Tesla, dada a importância da planta de Xangai para suas vendas globais. Mais de 40% das entregas de Tesla vêm do mercado chinês, tornando a empresa vulnerável a tarifas ou embargos que possam surgir sob um governo Trump mais rigoroso com a China.
Possibilidades para SpaceX e X
A vitória do Presidente Trump não deverá impactar significativamente a SpaceX, que já tem contratos federais sólidos e concorrentes com problemas de desempenho, como a Boeing. Além disso, a rede social X, que enfrentou críticas e acusações de disseminação de desinformação, também deverá manter sua operação sem grandes restrições, uma vez que as críticas mais severas vinham de setores democratas. No entanto, o envolvimento de Musk com o governo Trump pode desviar ainda mais sua atenção da Tesla, o que preocupa investidores, especialmente em um momento em que a empresa precisa de um foco integral para enfrentar os desafios de mercado e manter sua liderança no setor.
Potenciais Mudanças na Regulamentação para Veículos Autônomos
Presidente Trump pode acelerar a aprovação de regulamentações para a tecnologia de condução autônoma, possibilitando à Tesla um avanço mais rápido no desenvolvimento de seus “robotáxis” e veículos verdadeiramente autônomos. Especialistas sugerem que um governo Trump facilitaria o caminho para a Tesla em relação a normas de segurança, reduzindo investigações e outras barreiras que a empresa enfrenta hoje com o uso de seu sistema de Autopilot e Full Self-Driving (FSD). Esse apoio pode colocar Tesla um passo à frente de concorrentes na corrida pela automação total.
Perspectivas para o Futuro
A trajetória de Musk mostra um empresário comprometido com a inovação e com o fortalecimento da produção americana. Sua relação com Presidente Trump pode representar uma fase de expansão estratégica para Tesla e outras empresas sob seu comando. No entanto, o cenário global, especialmente as relações com a China, permanece um desafio. Ao contrário de figuras como Soros, cuja influência foi marcada pela especulação, Musk se posiciona como alguém que está disposto a apostar no futuro dos EUA, trazendo consigo inovações que vão além dos interesses financeiros pessoais.