Por Kitty Tavares de Melo
O acidente de helicóptero envolvendo o Presidente iraniano Ebrahim Raisi e o Ministro das Relações Exteriores Hossein Amirabdollahian ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio. Este incidente não apenas coloca a liderança iraniana em risco, mas também tem implicações significativas para a política regional e para os conflitos em andamento, especialmente entre Israel e Palestina.
Contexto do Conflito Israel-Palestina
O Irã, sob a liderança de Raisi, tem sido um forte defensor dos grupos terroristas, incluindo o Hezbolah e o Hamas, que se opõem a Israel. Este apoio se traduz em suporte financeiro e militar a esses grupos, como evidenciado pelo fornecimento de tecnologia de mísseis e treinamentos militares.
Repercussões do Acidente
- Instabilidade Interna no Irã:
- O acidente de Raisi pode criar um vácuo de poder temporário no Irã, gerando incerteza política e potencial disputa pelo poder dentro do regime. Isso pode distrair a atenção do governo iraniano das suas atividades de apoio aos grupos terroristas e suas ações anti-Israel, pelo menos a curto prazo.
- Implicações Regionais:
- Uma possível instabilidade no Irã pode afetar suas relações com aliados próximos, como o Hezbollah no Líbano e grupos terroristas na Síria e no Iraque. A Turquia e o Irã, apesar de suas complexas relações, têm cooperado em questões relativas ao conflito Israel-Palestina. A recente visita de Raisi à Turquia e suas conversas com o Presidente Erdogan focaram em como conter o conflito em Gaza e evitar uma escalada regional.
- Impacto nas Relações Irã-Israel:
- Israel vê o Irã como uma ameaça existencial devido ao apoio deste último a grupos terroristas. O acidente pode ser visto por Israel como uma oportunidade para aumentar a pressão sobre o Irã, tanto diplomaticamente quanto militarmente. No entanto, a resposta imediata de Israel pode depender da estabilidade interna do Irã e de quem assumirá o controle em caso de ausência prolongada de Raisi.
O Povo Iraniano
Para o povo iraniano, o acidente de Raisi é um evento carregado de incerteza. A liderança de Raisi tem sido marcada por uma postura dura contra Israel e pelo apoio aos palestinos, alinhando-se com a política de “resistência” do Irã.
O acidente de helicóptero com o Presidente Raisi acrescenta uma nova camada de complexidade às já tensas relações no Oriente Médio. Foi confirmada a morte do Presidente Raisi e, agora, Mohammad Mokhber, atuando como presidente interino do Irã, assumirá o poder. Mokhber possui um histórico controverso que pode influenciar negativamente a projeção de seu governo. Ele é conhecido por seu envolvimento em casos de corrupção e suas ligações com grupos terroristas, o que sugere um governo potencialmente autoritário e ainda mais problemático.
Corrupção e Governança
Mokhber liderou a Organização de Execução da Ordem do Imam Khomeini (EIKO), uma das maiores fundações do Irã, frequentemente envolvido em escândalos de corrupção. A EIKO é acusada de se apropriar indevidamente de propriedades e ativos de cidadãos iranianos. Sob sua liderança, a EIKO desempenhou um papel significativo na implementação da economia de resistência do Supremo Líder Ali Khamenei, que visa neutralizar o impacto das sanções internacionais através de redes de patronagem e apropriação de recursos.
Ligações com Grupos Terroristas
Mokhber também possui um histórico de apoio a atividades terroristas. Ele esteve envolvido no fornecimento de drones e mísseis à Rússia para a invasão da Ucrânia, além de manter laços estreitos com o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e o Hezbollah, grupos designados como terroristas por várias nações. Em 2018, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou a EIKO sob a autoridade de contra-terrorismo, destacando o financiamento de unidades paramilitares voluntárias dentro do IRGC.
Projeção de Governo
Com base em seu histórico, a administração de Mokhber provavelmente continuará a seguir uma linha dura, centrada na repressão interna e no uso de recursos econômicos e militares para sustentar o regime. Seu governo pode intensificar as práticas autoritárias e a corrupção sistêmica, além de manter o apoio a grupos terroristas para avançar os interesses estratégicos do Irã no Oriente Médio.
Mokhber deverá enfrentar pressão internacional para negociações nucleares e a gestão de uma população insatisfeita com a situação econômica e a repressão política. A continuidade de sua liderança pode levar a um aumento das tensões regionais e globais, especialmente se ele seguir políticas agressivas semelhantes às de seu predecessor.
O governo de Mohammad Mokhber, dado seu passado, tende a ser marcado por práticas autoritárias, corrupção e apoio a atividades terroristas. A comunidade internacional deve observar de perto os desenvolvimentos em sua administração, especialmente em relação às negociações nucleares e à estabilidade regional.