A eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para novembro, acaba de ganhar um tempero extra graças às aventuras judiciais de Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden. Em um desdobramento que só poderia sair de um roteiro de filme, um júri em Delaware declarou Hunter culpado de um crime federal por comprar e manter uma arma de fogo enquanto estava em um relacionamento muito sério com substâncias ilícitas. A sentença, que pode chegar a 25 anos de prisão, será anunciada em breve, claro, com toda a pompa que esse drama merece.
E como um bom show judicial não acontece sozinho, Hunter também enfrenta outro julgamento na Califórnia por nada menos do que US$ 1,4 milhão em impostos não pagos entre 2016 e 2019. Este espetáculo de tribunal está marcado para setembro. Joe Biden, que precisa se concentrar em mais do que apaziguar os danos de seu filho, garantiu ao público que não concederá um perdão presidencial, deixando todos de cabelos em pé sobre como isso pode impactar a eleição.
Realmente um golpe de mestre na política e uma pesquisa da Universidade de Monmouth revelou no ano passado que 2% dos eleitores de Joe Biden cogitariam abandoná-lo por causa das travessuras de Hunter. Ah, claro, 2%! Em um cenário eleitoral onde cada voto é tratado como uma pepita de ouro, essa porcentagem ganha uma importância quase divina.
Vamos analisar com bom humor: numa eleição tão renhida, onde os eleitores estão sempre na ponta da cadeira, cada mísero ponto percentual contado a dedo é digno das manchetes mais alarmantes. Uma vantagem aqui, uma pequena perda ali, e pronto, estamos todos em alvoroço, esperando a grande virada.
E o que dizer da estratégia de Trump? Em um movimento que não deveria surpreender ninguém, sua direção de campanha alegou que o julgamento de Hunter é apenas “uma distração dos verdadeiros crimes da Família do Crime Biden”, fazendo referência aos tão discutidos negócios de Hunter no exterior durante os anos de vice-presidência de Joe Biden. Porque, afinal, nenhuma eleição americana estaria completa sem uma trama digna de um thriller político.
Claro, Trump poderia pisar em um campo minado ao usar esses escândalos como arma eleitoral, já que, até o momento, as acusões contra Hunter não se relacionam oficialmente à atuação política de Joe Biden. Mas isso poderia mudar se a investigação sobre os acordos comerciais internacionais de Hunter avançar para um processo criminal e uma consequente condenação. Aí, meus amigos, a festa seria outra. Traição, enriquecimento ilícito e todo um cardápio de escândalos passíveis de devastar até as campanhas mais sólidas.
Mesmo assim, com o relógio eleitoral em contagem regressiva e a investigação republicana em marcha lenta, as chances de um panorama dramático completo se desdobrar antes da votação parecem cada vez mais escassas. Além disso, a tela ficou um pouco borrada quando um informante foi desmascarado, revelando que suas alegações sobre propinas para Joe Biden estavam por detrás da cortina de fumaça cumprida e espessa da desinformação russa.
Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa: a eleição desse ano está repleta de primeiros históricos, desde o filho de um presidente em exercício sendo condenado criminalmente até um ex-presidente já declarado culpado em um processo. E no grande teatro da política americana, parece que ninguém quer perder seu lugar na fileira da frente.
No fim das contas, essa judicialização da política é um espetáculo por si só, inflamando os ânimos dos eleitores mais fervorosos dos dois lados do espectro político. No entanto, quem realmente pode decidir são os eleitores centristas e indecisos, que podem estar cansados dessa novela e desejando voltar aos tempos de uma política menos teatral e mais previsível. Mas, convenhamos, onde está a diversão nisso?