Por Kitty Tavares de Melo
Nos últimos anos, o cenário político global tem sido marcado por eleições controversas e alegações de fraude, especialmente em nações onde líderes populistas enfrentaram derrotas inesperadas. Três figuras emblemáticas deste cenário são María Corina Machado na Venezuela, Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil. Todos eles, em momentos distintos, teve suas derrotas ligadas a resultado de fraudes eleitorais. Enquanto o mundo assiste à ascensão e queda de líderes populistas, a sombra da fraude eleitoral levanta questões sobre a legitimidade democrática e o futuro das nações.
Venezuela: A Luta de María Corina Machado
Em uma tentativa desesperada de manter o poder, Maduro rejeitou categoricamente a proposta de Lula e de outros líderes internacionais para realizar um segundo turno nas eleições presidenciais de 28 de julho. Durante um pronunciamento na televisão estatal, Maduro recusou a ideia de um segundo turno, argumentando que o Brasil também enfrentou uma situação semelhante e que as eleições na Venezuela não são supervisionadas de forma imparcial—uma afirmação que, em parte, tem um fundo de verdade e certamente causou desconforto em Lula. Maduro acusou esses líderes de tentarem se tornar a “autoridade eleitoral da Venezuela”. Sua recusa em considerar um segundo turno, apoiada por Lula, revela uma falta de percepção sobre a gravidade de sua situação e sobre a verdadeira intenção de Lula e outros em legitimá-lo. Ele parece não compreender que essa proposta pode ser vista como uma tentativa de endossá-lo, já que, se houver uma nova eleição, a probabilidade de Maduro ser reeleito é maior, dado que seus oponentes estão sendo alvos de mercenários, como o grupo russo Wagner, que têm intimidado e ameaçado a população, a ponto de apenas os mais corajosos ousarem votar contra ele. Esse pedido por novas eleições, com a anulação das anteriores, expõe uma aliança perigosa entre líderes de esquerda na América Latina, que parecem mais interessados em preservar o status quo do que em promover uma verdadeira democracia.
Estados Unidos: A Controvérsia da Geórgia
Nos Estados Unidos, as eleições presidenciais de 2020 ficaram marcadas por acusações de fraude por parte do então presidente Donald Trump, que acabou enfrentando um processo na corte da Geórgia. No entanto, como a verdade eventualmente vem à tona, foi comprovado que houve realmente “erros” no sistema. A derrota de Trump para Joe Biden foi contestada em várias frentes, com a Geórgia sendo um dos estados mais relevantes nesse contexto. A margem de vitória de Biden foi de apenas 11.779 votos, e uma série de recontagens e auditorias confirmou o resultado. No entanto, surgiram alegações de que milhares de cédulas foram escaneadas duas vezes no Condado de Fulton, levantando dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral. Infelizmente, após serem escaneadas, essas cédulas foram destruídas, tornando impossível uma recontagem física.
Durante uma reunião em maio, investigadores estaduais revelaram que outras 3.075 imagens de cédulas duplicadas foram encontradas no Condado de Fulton. Um pedido de desculpas foi oficialmente emitido ao presidente Trump, o que apenas alimentou ainda mais as teorias de fraude. Embora a recontagem não tenha alterado o resultado final, o episódio expôs fragilidades no sistema eleitoral que precisam ser urgentemente abordadas para garantir a confiança do público nas futuras eleições.
Brasil: O Caso de Jair Bolsonaro
No Brasil, Jair Bolsonaro seguiu um caminho semelhante ao de Trump após sua derrota nas eleições de 2022. Alegando que o sistema de votação eletrônica do país era vulnerável a fraudes, Bolsonaro lançou dúvidas sobre a legitimidade da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como nos Estados Unidos, a comunidade internacional, especialmente o governo Biden, atuou nos bastidores para pressionar Bolsonaro a aceitar os resultados da eleição, a fim de garantir que o processo democrático brasileiro fosse respeitado.
Documentos revelam que o governo Biden pressionou discretamente as lideranças políticas e militares do Brasil para salvaguardar a democracia. Essa pressão, que incluiu intervenções de agências como a CIA e o Pentágono, tinha como objetivo garantir que Bolsonaro não “repetisse” o que Trump tentou fazer em 2020, reforçando a estabilidade institucional e o “respeito” ao resultado eleitoral.
A Aliança da Esquerda e a Crise na Venezuela
O apoio de Lula a Maduro e sua proposta de um segundo turno nas eleições venezuelanas expõem uma aliança desconcertante entre líderes de esquerda no mundo. Vinte e seis ex-chefes de Estado da América Latina e da Espanha condenaram a sugestão de Lula, classificando-a como “escandalosa”. Em vez de promover uma transição democrática na Venezuela, Lula parece estar legitimando a ditadura de Maduro, que continua a reprimir a oposição e violar os direitos humanos.
A iniciativa de Lula, apoiada por governos como o da Colômbia e do México, representa uma tentativa desesperada de manter a influência da esquerda na região, mesmo à custa da democracia. Enquanto isso, Biden, embora inicialmente tenha demonstrado apoio à ideia, foi rapidamente corrigido por sua própria equipe, revelando a falta de uma política clara dos EUA em relação à Venezuela. Nesse contexto, as acusações de ajudar a Venezuela podem pesar contra Kamala Harris e impactar negativamente sua campanha presidencial, especialmente quando a verdade sobre essas alianças ainda não pode ser completamente revelada. Sabe-se que tanto Obama quanto Biden foram frequentemente vistos como simpáticos a regimes autoritários, e suas ações indicam um possível desejo de fortalecer o regime de Maduro, em vez de enfraquecê-lo—uma postura semelhante à adotada em relação ao Irã. Provas incontestáveis mostram o apoio significativo de Obama e Biden ao Irã, e agora, parece que a mesma estratégia está sendo aplicada à Venezuela.
O Futuro das Eleições e da Democracia
As eleições nos Estados Unidos em 2024 serão um teste decisivo para a sobrevivência democrática, e a eleição de Trump será crucial, não apenas para a América, mas para o mundo inteiro. Com fraudes minando a confiança nas instituições democráticas, o futuro da democracia parece incerto. A Venezuela, sob o regime de Maduro, serve como um lembrete sombrio do que pode acontecer quando a democracia é corroída internamente. No Brasil, o PCC exerce grande influência, assim como o Cartel de Sinaloa no México e as FARC na Colômbia e na Venezuela através dos “Soles*” (* um braço da FARC). Além disso, o papel do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil levanta preocupações devido ao viés dos juízes federais, que frequentemente agem contra a Constituição, prendendo cidadãos que buscam seus direitos constitucionais enquanto liberam criminosos.
Há uma diferença entre o Brasil e os Estados Unidos: nos EUA, a maioria republicana na Suprema Corte, proporciona um contrapeso, mesmo que esses juízes possam ser substituídos em caso de morte. Esse fator garante uma certa estabilidade que está ausente em outros países da América Latina, onde o poder das cortes supremas está mais suscetível a influências criminais.
O mundo observa enquanto os Estados Unidos se preparam para suas próximas eleições. Será um momento decisivo que poderá determinar o futuro da democracia em uma era de crescente autoritarismo. A vigilância será crucial, e os erros do passado não podem ser repetidos. A sobrevivência da democracia, no mundo, depende da capacidade de proteger seus processos eleitorais e garantir que a vontade do povo seja respeitada.