Por Marcos Paulo Candeloro
Em um gesto surpreendente de inércia interminável, o ex-presidiário Lula resolveu finalmente se mexer e prometeu um pacote de 50 bilhões para o Rio Grande do Sul. Aparentemente, os petistas estão convencidos de que meras pinceladas de propaganda podem reverter a desastrosa opinião pública que os rodeia. Enquanto isso, o incompetente Haddad tenta fazer malabarismos financeiros para fechar as contas, levantando a questão inquietante: de onde diabos surgirá o dinheiro para socorrer os gaúchos?
Mas, claro, não se atreva a formular essa pergunta. Segundo a mídia, questionar as ações do governo é praticar a arte das “fake news”. Afinal, nenhum discurso oficial merece destaque a menos que tenha a fachada de verdade, mesmo que toda a base seja tão sólida quanto nuvens de algodão.
O governo federal, em teoria, deveria liderar e coordenar a ajuda ao Rio Grande do Sul, afinal, é essa a função de um governo central em uma República Federativa. Que ingenuidade! Os petistas, mestres em excel e planilhas (a Odebrecht que o diga!), poderiam muito bem montar um plano estratégico detalhado, delegando responsabilidades e organizando esforços conjuntos para maximizar o auxílio, mas por alguma razão, preferem nadar na piscina de propaganda rasa de Paulo Pimenta, ministro da Secretaria Federal de Comunicação.
Enquanto o povo se vira nos trinta para sobreviver em um país onde não se pode confiar nas estruturas governamentais — seja nas filas intermináveis dos hospitais, na educação negligenciada, nos projetos superfaturados ou nos recursos de socorro — o governo prefere recitar discursos inflamados em entrevistas coletivas, oferendo pouquíssima substância prática.
A imprensa, tão devota às agências de checagem de fatos, poderia muito bem encomendar uma lista das grandiosas ações realizadas pelo governo Lula. No entanto, é difícil dizer se essa busca revelaria quem são os verdadeiros propagadores de notícias falsas. Afinal, na dança hipnotizante da comunicação oficial, a linha entre verdade e mentira é mais tênue do que um fio de cabelo.