Kitty Tavares de Melo
Em um cenário geopolítico complexo, o controle do Canal do Panamá é visto por alguns dos principais líderes dos Estados Unidos como uma questão vital para a segurança e prosperidade nacional. Aqui exploro essa visão, focando nas opiniões expressas pelo então Presidente Donald Trump e pelo Secretário de Estado Marco Rubio.
A Importância do Canal
Durante sua presidência, Donald Trump reiterou a importância do Canal do Panamá para os interesses econômicos e de segurança dos EUA. Trump via o canal como uma extensão da soberania americana, enfatizando sua utilidade estratégica. Ele muitas vezes argumentou que o canal deve permanecer sob forte influência dos EUA para evitar que nações adversárias, como a China, utilizem-no como alavanca em disputas comerciais ou militares. “O Canal do Panamá é uma arma que não podemos permitir que outros usem contra nós,” disse Trump em uma entrevista, destacando a necessidade de proteger o canal de influências externas que poderiam prejudicar o comércio americano.
A Perspectiva de Segurança Nacional
Marco Rubio, por sua vez, tem sido vocal sobre as implicações de segurança que surgem com a presença de empresas chinesas em áreas críticas ao redor do canal. Rubio argumenta que, com a Hutchison Ports, uma empresa chinesa, controlando os principais terminais de contêineres nos portos de Balboa e Cristóbal, há um risco real de que a China possa usar essa influência para manipular o fluxo comercial global.
“Se a China decidir, em meio a uma guerra comercial ou outra disputa, ordenar que suas empresas interrompam o tráfego no canal, elas teriam que obedecer,” afirmou Rubio em uma audiência no Senado. Ele destaca que isso poderia ser catastrófico para a economia dos EUA, especialmente se considerarmos o volume de comércio que passa pelo canal. Rubio acredita que os EUA deveriam reavaliar sua posição no Panamá para proteger seus interesses nacionais, sugerindo que “não podemos deixar nossa segurança nas mãos de uma nação que claramente busca suplantar a influência americana no mundo.”
A Ameaça à Segurança Nacional
Ambos Trump e Rubio concordam que a presença chinesa no canal representa uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Rubio especificamente alerta para o cenário onde, em caso de uma escalada de conflitos, a China poderia usar o canal como um ponto de estrangulamento contra os EUA. Ele enfatiza a necessidade de garantir que o canal permaneça uma rota neutra e segura, conforme o Tratado de Torrijos-Carter de 1977, mas sob uma vigilância mais direta dos Estados Unidos.
Para Presidente Trump e Secretário de Estado Rubio, o controle do Canal do Panamá é mais do que uma questão de comércio; é uma questão de poder estratégico, segurança nacional, e manutenção da influência global dos EUA. Eles argumentam que permitir que uma potência como a China tenha um papel tão significativo na operação do canal pode resultar em vulnerabilidades que os EUA não podem se dar ao luxo de ignorar. A visão é de que os Estados Unidos devem tomar medidas para assegurar que o canal continue a servir aos interesses americanos, sem se tornar um instrumento de pressão ou coerção de outra nação.