Por Marcos Pauylo Candeloro
O Congresso brasileiro, composto por seus 513 deputados e 81 senadores, mostrou ao mundo do que é capaz: gastar a bela quantia de 19.894 dólares por minuto ao longo de todo o ano de 2022. Ah, que orgulho.
Os dados, que nos colocam como o Legislativo mais caro da América do Sul, foram extraídos de um levantamento exclusivo do Ranking dos Políticos, publicado com toda a pompa pela renomada Crusoé. Era como se o Congresso estivesse torrando a modesta quantia de 95,6 mil reais a cada 60 segundos. Uma verdadeira pechincha para o país das maravilhas!
Para os interessados em números, o cálculo se baseou em dados de 2022 e 2023 fornecidos pela respeitável Organização das Nações Unidas (ONU). A comparação não poderia ser mais luxuosa: foram analisados os parlamentos da parte sul do continente e as principais economias do G7, formado por países como Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. E adivinhem só? O nosso querido Congresso brasileiro, segundo as informações coletadas, esbanjou a bagatela de 10,46 bilhões de dólares em seu orçamento anual.
Mas calma lá, não vamos nos preocupar com a extravagância dos nossos representantes. Afinal, o Brasil é uma terra de fartura e igualdade, onde todos os cidadãos desfrutam de uma renda similar, não é mesmo? Ops, não exatamente. Em 2022, os parlamentares brasileiros embolsaram o equivalente a 15,24 vezes a renda média de um cidadão comum. Um país tão igualitário que até emociona.
E se olharmos para o custo do Congresso em relação ao PIB do país, a situação não poderia ser mais animadora. O nosso querido Legislativo custa a modesta quantia de 0,55% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Uma pechincha, se compararmos com países como a Venezuela (que despencou 3,89% do seu PIB no Congresso) e o Paraguai (com seus modestos 2,86%). Ah, que maravilha ser brasileiro!
Mas não se preocupem, nossos amados parlamentares não estão sozinhos nessa extravagância. Quando a régua são os países ricos do G7, é difícil não sentir um orgulho patriótico. O Congresso dos EUA, por exemplo, consome apenas o irrisório equivalente a 0,01% do PIB americano para exercer suas funções. E os parlamentares de lá, coitados, recebem “apenas” cerca de 65 mil reais, uma miséria comparada à renda média do americano. Realmente, os Estados Unidos são um exemplo de modéstia e eficiência que deveríamos seguir.
Enfim, diante de tantos números e comparações, só nos resta aplaudir de pé a eficiência e a modéstia do nosso querido Congresso brasileiro. Que continuem nos brindando com seus feitos extraordinários e sua incrível capacidade de gastar dinheiro público. Ah, que privilégio ser brasileiro!