Por Marcos Paulo Candelo
A França, um país conhecido por sua rica cultura e história, encontrou-se em meio ao caos e destruição na noite de domingo (30), logo após a divulgação dos resultados eleitorais que apontaram uma vitória retumbante da direita nacionalista no primeiro turno. Os eventos que se seguiram não apenas mancharam a imagem do país, mas também destacaram uma crescente onda de radicalização e desrespeito pela democracia e pela ordem pública.
Na icônica Place de la République, em Paris, manifestantes, majoritariamente eleitores de esquerda, se reuniram sob a bandeira da Nova Frente Popular — uma aliança entre socialistas, comunistas, verdes e o partido França Insubmissa. No entanto, o que se seguiu não foram meras demonstrações democráticas, mas sim atos vergonhosos de violência e vandalismo. Lixeiras foram incendiadas, barricadas erguidas e fogos de artifício disparados contra a polícia de Paris. Esse cenário de destruição culminou na resposta inevitável das forças de segurança com bombas de gás lacrimogêneo.
Mas Paris não estava sozinha nesse triste espetáculo. Outras cidades francesas, como Lyon, Estrasburgo e Rennes, também foram palcos de tumultos. Em Lyon, na emblemática Place des Terreaux, as barricadas e os confrontos com a polícia foram especialmente intensos. Esses atos não apenas causaram danos físicos, mas também geraram um clima de medo e insegurança entre os cidadãos comuns, que se viam cercados por um cenário de guerra urbana.
O pano de fundo dessas desordens foi a impressionante vitória do Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen, que alcançou 33,15% dos votos no primeiro turno das eleições legislativas. Em contraste, a coalizão de esquerda, a Nova Frente Popular (NFP), obteve 27,99%, enquanto a aliança do presidente Emmanuel Macron sofreu uma derrota humilhante, com apenas 20,04% dos votos.
Os protestos, embora apresentados por seus protagonistas como uma luta pela justiça social e contra o fascismo, revelam um profundo desrespeito pelas regras democráticas e pela vontade da maioria dos eleitores.
Além disso, não se pode ignorar o papel das hordas de imigrantes ilegais que, frequentemente, se unem a esses movimentos radicais, intensificando a violência e a anarquia. A falta de controles rígidos nas fronteiras e a política de acolhimento despreparada para lidar com o fluxo migratório descontrolado têm contribuído para agravar a situação.
Com o segundo turno das eleições marcado para o próximo domingo (7), a França enfrenta um momento crucial. A vitória no primeiro turno pelo RN e seus associados, terminando em primeiro lugar em 297 dos 577 círculos eleitorais, revela uma tendência clara: a população francesa anseia por ordem e mudança. No entanto, a resposta a essa vontade popular não pode ser a destruição e o caos.
As autoridades francesas devem tomar medidas firmes para restaurar a ordem e garantir que a democracia e o respeito pelas instituições prevaleçam. Porque um país dividido e em chamas não pode prosperar — e a França merece muito mais do que isso.