Em uma cerimônia chamativa no Palácio do Planalto, no último dia 21 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu, com pompa e circunstância, o Pacto pela Transformação Ecológica. Cercado por líderes dos Três Poderes, Lula reafirmou seu compromisso com uma agenda de descarbonização econômica que, não por coincidência, reflete o desejo das potências globalistas que tanto fizeram por sua volta à presidência. A escolha de Marina Silva para liderar o Ministério do Meio Ambiente assinala ainda mais essa intenção de agradar demandas externas.
De acordo com a versão oficial, o pacto visa colocar o Brasil na vanguarda da segurança ambiental global, prometendo enfrentar desafios climáticos e sociais com bravura. As promessas incluem um aumento no financiamento de práticas sustentáveis e a priorização de legislações ambientais, além de acelerar as demandas judiciais em pautas climáticas.
Em alinhamento com o pacto, foi anunciada em 26 de agosto a Política Nacional de Transição Energética. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pintou um cenário irresistível: R$ 2 trilhões em investimentos e três milhões de empregos em energia limpa. Um verdadeiro eldorado sustentável, pelo menos no papel.
Contudo, enquanto o Brasil embarca nesta cruzada verde, a realidade internacional pinta um quadro mais cético. Empresas poderosas como a BlackRock informaram que suas prioridades estão mudando para uma “resiliência financeira”, mencionando tendências como disrupção digital, mas relegando o ESG a segundo plano. Grandes players como JP Morgan e Pimco já começam a se afastar de acordos como o Climate Action 100+, afetados pelo viés político crescente da sustentabilidade e seus riscos de reputação.
Assim, enquanto o Brasil aposta corajosamente nas políticas ambientais, o elevado custo e as incertezas dessa transição verde ameaçam eclipsar as pretensões grandiosas. O entusiasmo quase cego com a agenda ambiental pode se chocar contra muralhas caso o cenário internacional continue a esfriar seu comprometimento com as agendas verdes tradicionais. Será este pacto um passo rumo ao futuro ou apenas mais um salto no escuro?