-Por Kaká Abelha
• Quando um homem constrói seu próprio meio (sua família; esposa e filhos) ele simplesmente enterra o antigo Édipo (sê, amadureceu com as responsabilidades) e deixa de ser mantido em relações diversas por carência afetiva. De modo direto, ele simplesmente caga para o mundo. Isso se lhe implica potência de virilidade. E aí, ele se faz concretamente, capaz de liderar os outros. Menos que isso, é complexo de onipotência e aspiração ao patriarcado que ainda não se constituiu. A vida de um líder real, está em constante risco real. E pronto para morrer, ele protege a todos a sua volta. Ele não tem esse ativo de modo fenomenológico, ele tem esse ativo de modo empírico.
• Temos visto meninos representarem homens, às vezes de modo profissional, e outros meninos que não querem ser nem homens nem meninos, odiarem homens.
Fato é, que a masculinidade não se dá apenas por apreensão intelectual-teórica, mas substancialmente prática, em atos efetivos do quotidiano.
Nas tarefas mais básicas e nas questões mais triviais.
• Ainda que se queira reverter o atributo em si, ele jamais se desfará, por que é uma estrutura psíquica inerente e não apenas uma construção social.
E isso revela, na mitopeia masculina, um Criador subjacente, que aponta para um espelhamento de Criador-criatura. Logo o ódio ao que é o arquétipo masculino, é sobretudo um ódio a Deus. Uma transferência simbólica e neurótica, que, no desejo de destruir aquilo a que não se pode nem conceber nem destruir, destrói-se, a representação.