Por: F.R.M. Farondae
O recente capítulo do conflito entre a Rússia e Ucrania já se arrasta por mais de dois anos, e no palco dessa crise, alguns velhos personagens voltam a ficar diante dos holofotes. Como em um surto de amnésia coletiva, uma parte dos “pensadores” desse país, fingem surpresa ao rever velhos camaradas no centro do debate geopolítico. A mais recente entrevista do nosso já conhecido dinossauro soviético, Alexander Dugin, para o programa do apresentador Tucker Carlson, trouxe de volta algumas questões há muito já discutidas, com a roupagem e o frescor de uma “ideia nova”, diante de uma classe intelectual que insiste em reinventar a roda.
Em sua obra, Dugin apresenta a Ortodoxia Russa como uma “solução” contra a degradação moral do ocidente, propondo uma espécie de nacionalismo coletivista como alternativa ao individualismo do pensamento ocidental e a “americanização do mundo”. Em sua tese central: A Quarta Teoria Política, Dugin denuncia os principais problemas do mundo ocidental e seus desdobramentos, como se os próprios remanescentes soviéticos não fossem os principais fomentadores por trás do vértice dessa crise. Não existe nada de novo debaixo do sol, e as ideias extravagantes de nosso profeta eurasiano, definitivamente não são novas, e já foram expostas como fruto da já conhecida mentalidade revolucionária, o sonho utópico dos comunistas de refazer o mundo.
Mas afinal, por que nossos “pensadores” fingem surpresa diante das ideias de Dugin? Por que vender para parte da “direita brasileira iletrada” a velha falácia de que Putin e a Rússia seriam os últimos guardiões dos valores ocidentais? Simples, admitir a real intenção por trás das ideias de Dugin, seria direcionar os créditos ao único nesse país que foi capaz de revelar de forma clara, a falácia do pensamento “Duginiano”; Odiado pela Esquerda e relativizado por uma boa parte da Direita: O Filosofo Olavo de Carvalho.
No livro “Os EUA e a Nova Ordem Mundial”, Olavo desmascara por meio de um amplo debate, as falácias do “nacionalismo eurasiano” de Dugin, deixando muito claro à compreensão dos leitores, (inclusive com a confissão de seu oponente) uma assustadora verdade: O que Alexander Dugin deseja é a obliteração total do ocidente por meio de uma terceira Guerra Mundial. Diferente da nuance argumentativa apresentada durante a entrevista, onde Dugin parece se preocupar com a degradação do ocidente por um suposto individualismo imposto pelos globalistas, no livro, temos a clara noção de que o que move o coração do mentor de Putin, é o ódio pelo estilo de vida ocidental e suas liberdades.
Esse é o preço que se paga pela “liberdade de expressão”, os inimigos do ocidente livre, se utilizam da liberdade para defender abertamente o fim daqueles que lhes presentearam com o direito de se expressar. Alexander é mais um filho da revolução, que deseja concentrar o monopólio da verdade nas mãos do Estado. Aos “pensadores” brasileiros defensores desse falso resgate moral soviético, sinto em lhes informar, o Filosofo da Virgínia seguirá denunciando do túmulo a amnésia seletiva de vocês. O velho Olavo continuará sendo inevitável.