Por: F.R.M. Farondae
A menos que você seja um Marxista de carteirinha, filiado ao “Partido da Fantasia Soviética”, terá de admitir que a única forma possível de se gerar crescimento econômico é através do livre mercado e da iniciativa privada. Por trás dos mecanismos econômicos, também é preciso a formação de uma elite intelectual capaz de fomentar a cultura e a educação do país, muito além da mera formação técnica, para que ideias se convertam em projetos, e por consequência, em ativos financeiros.
No Brasil, nenhuma das duas coisas vem funcionando bem. A elite intelectual, empobrecida pela mentalidade revolucionária, serve apenas como agente de propaganda para o fortalecimento do Estado, que além de não se preocupar com a verdadeira cultura, consome a maior parte dos recursos gerados pelo cidadão e pela iniciativa privada. A elite econômica, segue atuando de forma desordenada, cada um olhando pra seu próprio umbigo, sem conseguir coordenar uma reação concreta contra o sufocamento do Estado. O país segue se desindustrializando, e qualquer um que tenha a possibilidade de viajar pelo território nacional, verá que o Brasil mantem a mesma infraestrutura de cinquenta anos atrás, com um governo que a cada dia mostra sua ineficiência diante da realidade. Um dragão faminto sugando toda riqueza para seu estomago na capital do país.
Como profissional do setor industrial, sinto na pele todos os dias o atraso tecnológico de nossa cadeia de produção, e fico me perguntando se Juscelino Kubitschek tinha a noção de que estava condenando o futuro do país ao idealizar a transferência da capital para o planalto central. A classe política que hoje se refugia sob o mausoléu arquitetônico de “estética” comunista, trabalha ininterruptamente contra o desenvolvimento do Brasil, gerando dificuldade, vendendo facilidade.
Como em um “projeto de desenvolvimento e industrialização” às avessas, nos resta a latente impressão de que o país cresce cinco anos em cinquenta, e setores inteiros aos poucos vão encolhendo, como a massa encefálica das elites intelectual e econômica que seguem validando esse show de horrores, ora pela ação, ora pela inércia. É de se esperar que os “amigos” do atual regime sejam coniventes com esse estado de coisas, pois recebem como recompensa o monopólio de setores inteiros, e a certeza da obliteração de seus concorrentes comerciais.
Surge a seguinte pergunta: Até quando o “meio da pirâmide”, seguirá sendo esmagado sem demonstrar reação alguma? Talvez descubramos a resposta nos próximos dias.